sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estados Unidos e a guerra secreta na África

A guerra secreta americana está sã e salva. Além de seu comando militar na África (AFRICOM), Estados Unidos enviou forças especiais por todo continente:

"Pequenas equipes de forças especiais chegaram às embaixadas americanas por todo norte da África durante os meses anteriores a que alguns combatentes empreenderam o feroz ataque que assassinou o embaixador (americano) na Líbia. A missão dos soldados: estabelecer uma rede que poderia atacar rapidamente um alvo terrorista ou resgatar um refém" (Kimberly Bozier, Casa Branca apmila presença secreta no Norte da África, 2 de outubro de 2012)



Estados Unidos está implantando um exército clandestino por toda a África. Conforme relatado por Nile Bowie (Global Research, Abril de 2012), o objetivo é "balcanizar" o continente africano:

"Em uma conferência do AFRICOM celebrada no forte McNair em 18 de fevereiro de 2008 o vice-almirante Robert T. Moeller declarou abertamente que o princípio orientedor do AFRICOM é proteger "o livre fluxo de recursos naturais da África para o mercado global", antes de citar a crescente presença chinesa na região como um desafio aos interesses americanos".

Em 2007 o assessor do Departamento de Estado americano Dr. J. Peter Pham falou sobre os objetivos estratégicos de AFRICOM de "proteger o acesso aos hidrocarbonetos e outros recursos estratégicos que a África possui em abundância, uma tarefa que inclue garantir-se frente à vulnerabilidade dessas riquezas naturais e assegurar que nenhuma outra parte interessada como a China, Índia, Japão ou Rússia, obtenha monopólios ou tratamento preferencial" (Nile Bowie, OPERAÇÕES SECRETAS NA NIGÉRIA: Terreno Fértil para a balcanização patrocinada, Global Research, 11 de Abril de 2012).

A fraude da "guerra contra o terrorismo" serve para encobrir a desestabilização da África com a idéia de controlar seus recursos. Na década de 90 se desestabilizou os Bálcãs com o mesmo fim:

"Em O jogo da mentira: as grandes potências, Iugoslávia, a OTAN e as próximas guerras, Michael Collon explica como se desestabilizaram os Bálcãs tanto para "controlar as rotas de oleodutos, dominar a Europa Oriental e debilitar e dominar a Rússia" como para "assegurar [o estabelecimento de] bases [na Europa Oriental e os Bálcãs]" (Michael Collon, O jogo da mentira: as grandes potências, Iugoslávia, a OTAN e as próximas guerras, Hobndarribia, Hiru, 1999*).

No Oriente Médio está ocorrendo um processo similar, em uma imensa região geográfica:

"Em julho de 2010 Síria, Irã e Iraque firmaram um acordo de um gasoduto que tem como meta unir o campo iraniano de South Pars (o maior do mundo) com Síria e, logo, com o mar Mediterrâneo. Perto de Homs, na Síria, se descobriu outro campo importante, que poderia se tornar um centro alternativo de corredores de energia oposto aos que passam pela Turquia e outras rotas controladas por companhias européias e americanas" (Manlio Dinucci, A arte da guerra. Síria: Otan visa o gasoduto, 9 de outubro de 2012).

O exército clandestino americano irá recorrer à guerra de drones para garantir o controle dos recursos americanos. Embora os Estados Unidos e seus aliados tanham financiado e apoiado materialmente mercenários vinculados a al-Qaeda para derrotar o governo líbio e está operando da mesma maneira na Líbia, dizem-no que "a campanha anti-terrorismo indica que a administração [americana] se preocupou por um tempo com a crescente ameaça representada pela al-Qaeda e suas filiais no norte da África" (Dozier, op. cit.)

Embora o Pentágono assegure que "nesse momento não há planos de operações militares unilaterais americanas", o artigo afirma, pelo contrário, que o que espera os africanos é uma guerra unilateral de drones:

"O grupo Delta Force formará o eixo central de um destacamento militar responsável por lutar contra a al-Qaeda e outros grupos terroristas por toda a região com um arsenal que inclue drones. Mas primeiro trabalhará para ganhar aceitação ajudando as nações do norte da África a criar suas próprias operações especiais e unidades contraterrorismo" (Ibid.)

O discurso hipócrita que reproduzimos a continuação indica que o "livre fluxo dos recursos naturais ao mercado global" e "acesso aos hidrocarburetos e outros recursos estratégicos"  serão protegidos sob o pretexto de "guerra contra o terrorismo":

"A administração Obama está preocupada com o crescente poder e influência das filiais da al-Qaeda no Iêmen, Somália, Iraque e norta da África. Até o momento, só o ramo iemenita tratou de atacar território americano com uma série de planos frustados de atacar com bombas aviões com destino Estados Unidos. Um destacamento naval americano SEAL** criado em 2009 utilizou uma pequena combinação de ataques aéreos e com drones para lutar contra combatentes no Iêmen e Somália trabalhando conjuntamente com a CIA e as forças locais.

A nova força-tarefa trabalharia da mesma maneira para lutar contra grupos afiliados à al-Qaeda do norta da África, que estão aumentando e têm abundãncia de armas procedentes de arsenais saqueados da Líbia logo após a revolução. São generosamente financiados por uma rede criminal de tráfico de drogas e reféns.

Al-Qaeda no Magreb Islâmico ou AQIM (silga em inglês) e a seita extremista com base em Nigério Boko Haram são possivelmente as maiores e mais perigosas filiais.

Um alto funcionário do Departamento de Estado americano para assuntos africanos afirmou na terça que "devemos tratar dos militantes Mali através de meios de segurança e militares"" (Ibid.)

E embora nos digam que "nesse momento não há planos de operações militares unilaterais americanas", Johnnie Carson, secretário de estado para assuntos africanos, parece contradizer essa informação ao declarar que "qualquer ação militar aqui deve estar bem planejada, organizada, equipada e pensada" e, vejam só! "deve estar de acordo com todos aqueles que serão mais afetados com ela". (Ibid.)



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