quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Le Pen: eu sempre fui hostil ao comunismo

 Jean Marie Le Pen é o pai de Marine Le Pen, e o fundador do National Front, o partido francês que pretende resistir ao esforço da globalização e sua agenda autoritária. Ele é bem conhecido no mundo por suas posições controsersas contra a imigração, neoliberalismo e contrução europeia. Ele esteve em 2002 presente na segunda rodada das eleições presidenciais francesas. Um feroz anticomunista no passado, agora é favorável à reaproximação com a Rússia, como ele explica a Nicolas Bonnal. Esta entrevista para o Pravda.Ru foi preparada também com a ajuda do historiador francês Jean Centini.

Primeiro ponto, as questões sobre FN e você:

"Sr. Le Pen, quais foram seus ideais juvenis?"

"Meus ideais juvenis foram impregnados pelo patriotismo. Durante a guerra, fui um adolescente, e meu pai morreu na França, quando seu barco afundou depois da explosão de uma mina alemã. Então eu me tornei um defensor da nação. A fórmula pela qual a nação conduziu minha adoção grandemente me influenciou depois e desde minha juventude, eu fui constantemente acostumado a servir meu "pai adotivo" pelo envolvimento no exército, primeiro na Indochina e especialmente na Algéria. Uma vez que as guerras coloniais terminaram, eu constantemente usei da política para defender a França, denunciando os golpes que a ameaçaram e providenciaram medidas salva-vidas, contra todo estrangeiro."

"Quais foram suas razões para a hostilidade contra o comunismo?"

"Eu sempre fui hostil ao comunismo. Cresci sob a fé católica, e esta era sua antítese: a negação de uma liberdade e de uma espiritualidade. Representa o caminho para a alienação. Por trás de seu caráter utópico, manipulou o profundo desejo por mudanças dos trabalhadores e imperindo a sociedade inteira em prisões abertas. Acrescentando, o Partido Comunista Francês ecoou mais os interesses da URSS, "terra do socialismo itnernacional", que aqueles dos trabalhadores franceses e da França em geral."

"Quais ameaças substituíram para você o comunismo?"

"Hoje, a ameaça comunista, colapsada por 20 anos, foi substituída por outra utopia mortal: o globalismo, nova ideologia internacionalista e materialista que tem o objetivo de maximizar o lucro dos grandes capitalistas nos gastos das nações e seus povos.

"Há também o islamismo e seus mártires. Todas essas ideologias tem em comum o objetivo de minar as fundações da civilização helênica-cristã e substituir por outra, que não seja nossa."

"Depois da reeleição de Obama, o que você pensa da civilização americana e como você vê o futuro do Ocidente?"

"A reeleição de Obama não acrescenta nem retrai nada na "civilização" americana. Os EUA são um poder economicamente e estrategicamente decadente (apesar da exploração de gás). São apenas o centro de um império, e os proponentes desse "império" lutam em vão para atrasar o colapso. Economicamente, continua a emprestar e o FED é também atualmente o único a comprar os tesouros estadonunidendes criando mais dólares, que inevitavelmente levarão ao colapso do dólar. Militarmente, continua tentando minar a posição de outros poderes regionais, como a Rússia. Podemos ver hoje o choque sírio que a Rússia e a China defendem concepções de respeito pela autoridade, enquanto os americanos e ocidentalistas apoiam insurgências extremistas e perigosas. Essas revoltas trouxeram o islamismo ao poder na Tunísia, no Egito, e Iraque, resultando em anarquia e ruptura étnica. Se o Ocidente continuar a aceitar em seu meio milhões de imigrantes islâmicos e a apoiar islâmicos nos países árabes-islâmicos, o futuro do bloco inteiro parece ermo. Sua própria sobrevicência está em jogo."

Segundo ponto, a situação da FN na França:

"Você poderia explicar o isolamento da FN? O que explica que o eleitorado francês não apoia mais seu movimento?"

"O isolamento do Front National é essencialmente resultado de propaganda criado contra ele pela grande maioria da imprensa francesa possuída pelos grupos financeiros, políticos e pelo sistema.

"Contra todos os conjuntos financeiros-políticos-midiáticos, o Front National está fundamentado a lutar sozinho, e ainda, sua presidente, Marine Le Pen conseguiu quase 18% dos votos nas últimas eleições presidenciais. A descrição corajosa da situação no país, e as medidas de salva-vidas propostas pelo Front National, trarão rapidamente um bom número de franceses para unir-se conosco."

"Por que você não apoiou o presidente Sarkozy na segunda rodada?"

"Nicolas Sarkozy manteve vários discursos próximos aos do Front National, com algum sicesso em 2007. Mas a política que ele teve durante os cinco anos de sua presidência foi radicalmente diferente. Ele mostrou um desejo em limitar a imigração: ainda que nunca tenha sido de importância durante sua presidência, ele disse que queria romper com as ondas de crimes que têm crescido. Em todas as áreas ele seguiu uma política contrária aos interesses da França, criando impostos maiores, aumentando a integração europeia...nessas circunstâncias, por que deveríamos apoiar Nicolas Sarkozy?"

"Qual sua opinião nos repetidos arrependimentos do Sr. Holland? Para onde ele está rumando?"

"O arrependimento do Sr. Hollande, por exemplo com relação à guerra na Algéria, é somente para agradecer aqueles que elegeram ele: 90% dos islâmicos com nacionalidade francesa preferiram ele a Sarkozy que os serviu na prática, mas teve uma imagem conservadora. Esses arrependimentos são criminosos. Por um lado, eles não estão baseados na evidência histórica; por outro, eles somente levam aos imigrantes a odiar a França. Esses atos de arrependimentos minam a consciência e o orgulho nacional."

Terceiro, a Rússia e a Europa:

"Como você explica a agressividade da Europa contra a Rússia e vice-versa? A Rússia é democrática para você?

"As nações europeias continuam a declinar em todos os assuntos. Eles não veem com bons olhos o dinamismo estratégico russo; todos os especialistas pensaram que a Rússia tinha morrido há 15 anos atrás. A União Europeia é uma verdadeira oligarquia, onde a maioria dos tomadores de decisão não possuem legitimidade democrática. Para esse mostro institucional, é mais fácil dar aulas de democracia ao mundo inteiro do que aplicá-las. Por favor, note que na França o Front National tem somente dois membeors (dos 577 deputados!) no Parlamento, enquanto Marine Le Pen acumulou votos de mais ou menos 1 para 5. Se a Rússia não é uma perfeita democracia (há uma?), a Europa certamente não tem aulas para dá-la neste assunto!"

"S.r Le Pen, que futuro comum você vê entre Rússia e Europa?"

"Estou em campanha pela criação de um grupo harmonioso, animado pela visão de um destino comum da área norte inteira, de Brest a Vladivostok. A Rússia e a Europa Central e Ocidental têm muitas coisas e interesses em comum. Em frente a um mundo cada vez mais instável, e nosso inverno demográfico, quase suicida, é certo que nossa civilização europeua encontraria uma ferramenta de salvação nesta união. Mas não é o interesse do permanente poder mundial, os EUA, e as firmas internacionais, e está claro que as castas se oporão a isto com toda sua força..."

"Como tratar do atlantismo?"

"Eu tenho sido favorável à OTAN quando os tanques soviéticos estacionaram a 500km de nossos limites e representaram um sistema criminoso usando partidos comunistas como cavalos troianos.

"Mas hoje, essa ameaça se ezvaiu.

"O atlantismo portanto não tem razão de existir e apenas continua hoje uma organização dedicada a organizar o poder militar das forças dos EUA e seus auxiliares na Europa. Desde 20 anos, a OTAN interviu também somente contra a estabilidade do mundo: na Ioguslávia, onde a máfia e o islamismo comandam, vejamos a Bósnia e o Kosovo, no Iraque ou Líbia onde o Gaddafi (embora um ditador como Saddam Hussein) assegurou pelo menos a estabilidade deste país. Portanto, longe do atlantismo, porque isto se tornou o doce nome do imperialismo americano!

"Você me perguntou antes por que o Front National não apoiou Sarkozy na segunda rodada das eleições presidenciais; eu acrescentaria que é também porque ele decidiu a inteira reintegração da França na OTAN enquanto o General de Gaulle, nos finais dos anos 60 retirou nossa nação do comando integrado."

Quarto e último ponto: islamismo e multiculturalismo

"Há dois milhões de islâmicos em Moscou...O Estado russo necessita financiar a construção de mesquitas? O que fazer com relação a isto na França ou Rússia?"

"Não é para mim advogar o que o Estado russo tem que ver com os locais islâmicos, por eu ter um respeito de qualquer soberania nacional...em contraste, eu sou visceralmente oposto ao fundamento na França. O islã não é uma religião; é também uma civilização, um sistema legal muitas vezes contrário aos nossos costumes ancestrais e nossas leis seculares. Promover o desenvolvimento do Islã nas nossas nações cristãs é um perigo, porque como pensava o historiador francês Ernest Renan no século XIX, "O islã foi liberal quando era fraco e violento quando se tornou forte". E se hoje os islâmicos pode viver em paz com os cristãos ou descrentes em nosso país, o que acontecerá quando, dado o fator demográfico que emprega em favor deles, eles sendo a maioria, pelo menos fortes o bastante para se impor contra nós seus costumes? Em nenhum lugar na história do Islã, quando seus seguidores foram dominantes, minorias foram respeitadas ou reconhecidas de ter direitos iguais. É o Corão em si mesmo que não somente permite, mas ainda requere tal comportamento."

"A islamização é inevitável?"

"A islamização é simplesmente consequência da imigração em massa em nossos países, da Ásia Central à Rússia, do Magreb e da África islâmica à Europa Central. A Islamização não é inevitável se nós pararmos de deixar entrar em nossos países milhões de islâmicos imigrantes todo ano e mais, e se nós compelirmos aqueles presentes a obedecer nossos costumes. E se eles não aceitarem nossos costumes, estão livres para praticar seu modo de vida em outro lugar..."

"O povo Ocidental não foi ainda usado e resignado?"

"Na França, o povo está começando a temer os Islã porque está mais ráído, visível e massiva, afetando suas vidas cotidianas: mulheres de véu nas ruas, carência de respeito pela liberdade da mulher, proibição de poerco nas cantinas escolares, construção de mesquitas com minaretes...com esse processo de extremistas como de Toulouse na última primavera, que foi ssassinado em nome do Islã 7 pessoas, incluindo 3 crianças."

"O que você pensa da última política Ocidental na Líbia, especialmente agora na Síria? E como você considera a atitude russa?"

"A atitude Ocidental, como eu disse anteriormente, é criminosa porque tenta substituir regimes ditadores (mas certamente estes trazem estabilidade aos seus países e respeito pelas minorias religiosas, incluindo cristãos) pelo caótico crescimento de ditaduras islâmicas que levam aqueles que não são da mesma fé para a mala ou caixão...como um dos lemas dos rebeldes sírios mostra: "cristãos no Líbano e os Alawites no cemitério." Mas os partidários Ocidentais subversivos preferem então encher suas orelhas...

"A política russa neste assunto é mais sensível: respeita a soberania e integridade dos Estados; é sempre realista e prefere a estabilidade ao caos."

Entrevista por Nicolas Bonnal

Via Pravda

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