quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

EUA admite que caída de Gaddafi provocou terrorismo



Depois da derrocada de Muammar Gaddafi há um ano, a Líbia praticamente caiu em mãos de grupos extremistas e a situação neste país norte-africano sofreu uma grave deterioração, reconheceu o coordenador da luta antiterrorista do Departamento de Estado dos EUA, Daniel Benjamin.

EUA e outros países ocidentais apoiaram os rebeldes líbios que em Outubro de 2011 derrotaram e assassinaram o ex-líder líbio. Washington tinha admitido anteriormente que as revoluções na região provocaram um aumento do extremismo e a instabilidade, ainda que até o ataque contra o consulado estadounidense em Bengasi e o assassinato do embaixador no último 11 de Setembro evitou falar diretamente do incremento da ameaça terrorista na Líbia.

"Na Líbia a revolução criou condições e grandes oportunidades para as atividades de grupos extremistas. O comprovamos no 11 de Setembro, quando morreu o embaixador Christopher Stevens e três empregados do Departamento do Estado. O debilitamento das instituições encarregadas de velar pela ordem pública criou condições para o aumento do terrorismo", declaou Benjamin.

A situação atual na Líbia permite os terroristas aproveitar os problemas próprios de uma transição, resumiu o responsável da luta antiterrorista, quem apresentou na véspera o último informe do Departamento de Estado sobre a ameaça terrorista no mundo.

Como "outro exemplo deste tipo", o diplomata estadounidense assinalou que a Síria, país onde a oposição armada e apoiada pelo Ocidente luta contra o Governo. Integrande da célula iraquiana da Al Qaeda que combatem na Síria no lado rebelde tentam instalar-se no país a longo prazo, advertiu.

As declarações de Benjamin se produziram no mesmo dia em que a imprensa estadounidense teve acesso á parte pública da informação da comissão que investigou o ataque de Bengasi. Os autores do documento culpam à falta de segurança o trágico balanço do atentado e acusam dele o Departamento do Estado que tinha desatendido a petições de blindar suas missões na Líbia. 

"No escritório consular se registrava uma escasses de pessoal de segurança...O Departamento de Estado confiou a proteção das dependências do consulado aos organismos de ordem locais, sem que se comprovara sua eficácia...O Departamento de Estado desatendeu a petições (da embaixada em Trípoli) de aumentar o pessoal de segurança do consulado e de melhorar a infraestrutura de segurança", sentencia o informe citado pela rede Fox News.

Nesta Quinta-Feira, o Senado dos EUA celebra uma audiência na que comparecerão altos funcionários do Departamento de Estado para informar sobre suas gestões antes e depois do ataque de Bengasi. Tal como se informou anteriormente, a titular da entidade, Hillary Clinton, estará ausente na audiência devido a um vírus intestinal.

Via ANN

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