domingo, 9 de dezembro de 2012

Irã propõe ajuda para Uruguai se tornar independente

 Da Pérsia. O vice-chanceler disse que o Irã pode ter com o Uruguai uma relação tão estreita como as que mantém com Venezuela e Bolívia. Afirmou que uma guerra com Israel não teria retorno.

Irã afirma que estão dadas as condições para levar as relações diplomáticas com Uruguai a um plano mais profundo e põe como exemplo sua estreita cooperação com Bolívia e Venezuela em diversos assuntos.

O vice-chanceler do Irã para a América e Europa, Ali Asghar Khaji, realizou na Sexta-Feira uma visita oficial ao Uruguai e manteve reuniões com seu par uruguaio, Roberto Conde, e o presidente da Câmara de Deputados, Jorge Orrico (FA).

O funcionário do governo iraniano disse ao El Pais que os encontros foram "excelentes" e que a intenção de seu governo é aprofundar os laços com Uruguai.

"Durante as últimas décadas, América Latina tem sido testemunha de evoluções muito importantes. Movimentos populares que perseguiam o objetivo de soberania e uma independência verdadeira para seus povos lograram triunfar e governar. Um dos princípios básicos da República Islâmica do Irã é a independência, e por isso resulta natural que se acerque a esses países que transitam por esse caminho de independência. Isso permite que exista um ambiente de colaboração entre Irã e diferentes países da América Latina", afirmou Khaji.

Destacou que com Uruguai há pontos de vistas comuns para estabelecer uma excelente relação bilateral. "Há uma boa base para avançar", indicou. Salientou que as economias de ambos os países podem se complementar em diversos assuntos e anunciou que já teve contatos a nível científico para promover transferência tecnológica.

Afirmou que Uruguai pode lograr uma relação tão estreita como a que hoje Irã mantém com países como Venezuela e Bolívia, onde há um alto grau de transferência do conhecimento gerado em diversos assuntos pela nação persa.

"Os grandes meios não dizem que Irã é a economia número 17 do mundo. Que de acordo com registros internacionais, se encontra entre os primeiros países do mundo em assuntos de conhecimento científico e tecnológico. No desenvolvimento de nanotecnologia e biotecnologia, Irã está entre os dez primeiros países do mundo, e é dos mais avançados de sua região em matéria de produção de cimento, aço, máquinas agrícolas, produção de sementes, etc. Nada disto se diz por parte dos grandes meios", insistiu Khaji.

Quanto á região, disse que a política de seu governo é "colocar à disposição dos governos amigos da América Latina todo o desenvolvimento do conhecimento científico, industrial ou agrícola. Essa é nossa mostra de amizade. Ao invés de buscar os interesses econômicos, comot emos o princípio da independência dos países, estamos dispostos a transferir nossa tecnologia aos países amigos como Uruguai para que eles encontrem sua própria independência".

E disse, "na Venezuela, ao invés de exportar cimento construímos uma fábrica de cimento. Também construímos uma fábrica de automóveis e tratores. Na Bolívia, instalamos fábricas de produção de lácteos, construímos um hospital, capacitamos em nosso país jóvens bolivianos em distintas áreas. Consideramos o avanço de outros países como nosso próprio avanço".

Também sublinhou que o intercâmbio comercial pode aumentar. Uruguai vende arroz, carne, lácteos e lã ao Irã e importa petróleo, agroquímicos e fertilizantes.

A visita do vice-chanceler iraniano, não muito publicitada pelo governo, ocorre em momentos em que a relação do governo com Israel atravessa um período de tensão pelas posturas políticas assumidas frente ao conflito de Gaza.

Via El País

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