domingo, 9 de dezembro de 2012

Os novos maias desmentem teoria do fim do mundo


 Três sábios maias chegaram a Cuba para acender um dos últimos fogos sagrados para se despedir desta era e saudar à que nasce no próximo 22 de Dezembro. O fizeram em uma praça de La Habana ante a presença de centenas de cubanos que participaram com oferendas para agradecer à Mãe Terra, ao Sol, ao rio e ao mar.

Maria Faviana Cuchoy, Pedro Yac e Rosalina Tuyc foram os primeiros maias que acenderam um fogo sagrado em Cuba porque "é uma fortuna talvez vir a compartilhar aqui com os irmãos cubanos através destes conhecimentos e valores que também eles se irradiaram para muitos povos na América e em outros continentes", disse ao público Rosalina, cuja família foi massacrada nos anos 80.

P: Por que se diz que vocês são sábios maias?

R: Bom, assim nos apelidaram, nós não somos os que colocaram estes títulos e categorias, simplesmente nós somos filhos e filhas da Mãe Terra e responsáveis também para poder cuidar de todo retorno que temos principalmente nestes tempos de crise, crise de valores, crise econômica, crise política, crise também do aquecimento global. Na Terra todos somos responsáveis a os povos indógenas em maior quantidade em todas partes do mundo temos dito que a terra pertence aos povos indígenas, pertence à humanidade e que portanto necessitamos cuidá-la, protegê-la, não pô-la todos seus recursos ao mercado.

P: Se vulgarizou um pouco internacionalmente o tema do ano 2012, realmente. O que é que anunciam os maias?

R: Bom, os avós maias sempre tiveram em mãos o calendários maia e neste calendários maia se trabalhou com a contagem do tempo,  através de toda a astronomia, através do movimento também da Terra, o movimento do Sol, da Lua, das estrelas. Em base a estes movimentos os maias puderam contar milhares e milhares de anos adiante. Então, a contagem do tempo começa com um dia, logo com 20 dias, logo com um ano.

O tempo que vamos finalizar em 21 de Dezembro é uma era de 400 anos, e obviamente as pessoas atuais, já não manejamos toda essa contagem, porque vivemos 500 anos ou mil anos, se vivessemos mais anos estou segura de que manejaríamos todos os seres essa contagem. Mas os avós maias iluminados através dos distintos movimentos do universo puderam decifrar estes tempos.

Ao finalizar esta etapa, vimos tantas coisas e somos testemuunhas de muitas atrocidades, mas também de grandes valores da vida e aprendizados que vamos a adquirir. Nesse novo tempo vamos começar, esperamos novas mudanças, novas transformações por exemplo, vão acontecer mudanças políticas. Muitos governos previram que em 20 anos haveria zero pobreza e se equivocaram, muitos disseram que as crises não iam afetar os países bem desenvolvidos e afetoou, que não iam ter guerras e tivemos.

Creio que agora em todo este sistema que os maias contaram e que estiveram juntos, caminharam juunto ao tempo sozinhos, nós temos que nos sentir felizes, orgulhosos e privilegiados de poder observar a vinda de um novo Sol, e este novo Sol exatamente começaria em 22 de Dezembro.

P: Por que acender um dos últimos fogos sagrados em Cuba?

R: Bom, eu diria que são...talvez são passos escritos pelos antepassados porque nós consideramos pois de que os tainos (indígenas cubanos) de aqui foram os primeiros, e lamentavelmente se desconhece sua existência. Sem embargo, estou completamente segura de que nos fica um grande legado que nos deixaram nas construções, em sua utilização, costumes, terras. Creio que há muita conexão com a água, muita conexão com estas terras sagradas.

Lamentavelmente, muitos povos indígenas foram exterminados pelas leis e pelas políticas também e isto invisibilizou sua existência, tal igual nos passa com os maias de Guatemala. Nossa sociedade disse, os maias foram, eram ou estiveram ali, mas não reconhecem que nós somos parte deste legado.

Temos e estamos todavia na contagem do tempo, por isso é uma fortuna talvez vir a compartilhar aqui com os irmãos cubanos através destes conhecimentos e valores que também eles irradiaram para muitos povos na América e em outros continentes.

P: Quais valores, por exemplo?

R: Os valores de solidariedade, os valores de todos os aprendizdos na educação, na saúde. Que seria a outra maneira de ver o desenvolvimento,, em muitos de nossos países, para mim é impressionante ver que aqui o grau de preparação acadêmico é muito alto. Se por acaso em Guatemala, os povos indígenas talvez há uns 3 ou 5% que vão à universidade. Lá se queremos entrar a um ciclo educativo temos que pagar, se não tivermos como o fazer ficamos de fora.

P: Mas vocês tem aqui jovens estudando?

R: Creio que isso é uma enorme fortuna que tenhamos gente nossa aqui, ainda que lá não se valoriza esses conhecimentos que levam, mas são grandes aprendizados.

P: Muito obrigado.


Via Publico

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