terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Governo argentino rechaça em duros termos o pedido de explicações de Israel

Num clima de crescente tensão diplomática com Israel, o Governo respondeu hoje que “rechaça” o pedido de explicações feito por aqueles país sobre o acordo entre Argentina e Irã para formar uma Comissão da Verdade que revise a causa AMIA.

Mediante um comunicado, a Chancelaria respondeu em duros termos o pedido que fez ontem o Estado de Israel. “O atentado sofrido pelo povo de nossa pátria em 18 de julho de 1994 não envolveu nenhum cidadão israelense. As vítimas foram em sua grande maioria cidadãos argentinos e incluem a seis cidadãos bolivianos, dois polacos e um chilneo”, começou o escrito.

E agregou: “Cabe ressaltar que a Argentina jamais citou um embaixador israelense para pedir-lhe explicações sobre ações de seu governo.”

Ontem, o Estado de Israel havia informado que o acordo entre a Argentina e o Irã havia sido recebido com “assombro” e que provocou “uma profunda decepção”.

Em um comunicado, o Ministério de Relações Exteriores de Israel havia assinalado que apenas se iniciaram os contatos entre Argentina e Irã e solicitou ser informado do desenvolvimento das conversações, mas não recebeu nenhuma respostas por parte das autoridades argentinas. “Israel esta clara e logicamente preocupado por este assunto”, afirmou o comunicado do Ministério de Relações Exteriores israelense.

Ontem, fontes da Casa Rosada davam por certo que se daria a Israel “todas as explicações que sejam necessárias”. Não obstante, a resposta oficial foi a de rechaço e duras críticas.

 “A Chancelaria argentina expressa que dita citação para reclamar explicações sobre decisões soberanas da República Argentina é um ato impróprio que se rechaça de forma enérgica e que vai contra as tradicionais relações de amizade que existem entre ambas nações”, disse o ministério chefiado por Héctor Timerman.

AS CRÍTICAS INTERNAS, DISSIPADAS

Antes de enviar o comunicado, Timerman brindou uma conferência de imprensa na qual celebrou uma reunião que manteve com as autoridades da AMIA e a DAIA e com familiares das vítimas do atentado.

 “Me alegro que estejamos trabalhando juntos com a AMIA e com a DAIA para aclarar tudo o que seja necessário”, celebrou o chanceler ao minimizar os questionamentos.

 “É um gesto de ignorância e de má fé os que dizem que estamos cedendo soberania, o juizo continua na Argentina com juiz argentino e um fiscal argentino”, afirmou.

O titular da AMIA, Guillermo Borger, quem ontem havia questionado o acordo com o Irã, se mostrou satisfeito sobre a reunião com Timerman. “O chanceler contestou a todas as dúvidas e prometeu escrever ele em pessoa e provavelmente com a Presidente um documento anexo que aclare estas dúvidas”, disse.

Via La Nacion

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