Num clima de crescente tensão diplomática com Israel, o
Governo respondeu hoje que “rechaça” o pedido de explicações feito por aqueles
país sobre o acordo entre Argentina e Irã para formar uma Comissão da Verdade
que revise a causa AMIA.
Mediante um comunicado, a Chancelaria respondeu em duros
termos o pedido que fez ontem o Estado de Israel. “O atentado sofrido pelo povo
de nossa pátria em 18 de julho de 1994 não envolveu nenhum cidadão israelense.
As vítimas foram em sua grande maioria cidadãos argentinos e incluem a seis
cidadãos bolivianos, dois polacos e um chilneo”, começou o escrito.
E agregou: “Cabe ressaltar que a Argentina jamais citou um
embaixador israelense para pedir-lhe explicações sobre ações de seu governo.”
Ontem, o Estado de Israel havia informado que o acordo entre
a Argentina e o Irã havia sido recebido com “assombro” e que provocou “uma
profunda decepção”.
Em um comunicado, o Ministério de Relações Exteriores de
Israel havia assinalado que apenas se iniciaram os contatos entre Argentina e
Irã e solicitou ser informado do desenvolvimento das conversações, mas não
recebeu nenhuma respostas por parte das autoridades argentinas. “Israel esta
clara e logicamente preocupado por este assunto”, afirmou o comunicado do
Ministério de Relações Exteriores israelense.
Ontem, fontes da Casa Rosada davam por certo que se daria a
Israel “todas as explicações que sejam necessárias”. Não obstante, a resposta
oficial foi a de rechaço e duras críticas.
“A Chancelaria
argentina expressa que dita citação para reclamar explicações sobre decisões
soberanas da República Argentina é um ato impróprio que se rechaça de forma
enérgica e que vai contra as tradicionais relações de amizade que existem entre
ambas nações”, disse o ministério chefiado por Héctor Timerman.
AS CRÍTICAS INTERNAS, DISSIPADAS
Antes de enviar o comunicado, Timerman brindou uma
conferência de imprensa na qual celebrou uma reunião que manteve com as
autoridades da AMIA e a DAIA e com familiares das vítimas do atentado.
“Me alegro que
estejamos trabalhando juntos com a AMIA e com a DAIA para aclarar tudo o que
seja necessário”, celebrou o chanceler ao minimizar os questionamentos.
“É um gesto de
ignorância e de má fé os que dizem que estamos cedendo soberania, o juizo
continua na Argentina com juiz argentino e um fiscal argentino”, afirmou.
O titular da AMIA, Guillermo Borger, quem ontem havia
questionado o acordo com o Irã, se mostrou satisfeito sobre a reunião com
Timerman. “O chanceler contestou a todas as dúvidas e prometeu escrever ele em
pessoa e provavelmente com a Presidente um documento anexo que aclare estas
dúvidas”, disse.
Via La Nacion
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