domingo, 3 de fevereiro de 2013

Argentina acusa o FMI de tratamento desigual a países

 O governo argentino afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) outorga um "trato desigual e de duplo padrão", ao responder à nação de cenrusa com que o organismo sancionou Buenos Aires por seus questionados sistemas estatísticos.

"O ânimo que está por trás do informe tem que ver com sancionar quem não faz as coisas como o FMI quer", assegurou hoje o ministro de Economia argentino, Hernán Lorenzino, resenhou DPA.

"Nos anos 90 a Argentina era apresentada como um modelo para o mundo", salientou o ministro, que afirmou que "quando o país buscou um modelo próprio de desenvolvimento inclusivo se converteu em um mal exemplo".

"O objetivo é dizer que os que fazem as coisas de modo diferente não são um bom exemplo", sublinhou Lorenzino.

O FMI sancionou nesta Sexta-Feira com um inédito movimento de censura à Argentina pelas questionadas medidas de inflação do Intituto Nacional de Estatística e Censo (INDEC), que perderam fiabilidade e que o organismo pôs-se a corrigir antes de 29 de Setembro.

"O Diretório Executivo do FMI considerou que os avanços da Argentina na implementação dos corretivos desde o encontro do Diretório em 17 de Setembro não foram suficientes", disse o organismo. "Como resultado, o Fundo emitiu uma declaração de censura contra Argentina em relação com sua ruptura da obrigação com o Fundo sob os artigos de acordo", agregou.

O FMI urgiu a Argentina a "adotar as medidas corretivas" sobre suas medidas de inflação da Grande Buenos Aires, que geralmente deixam resultados até um terço mais baixos que os cálculos de entidades privadas ou provinciais, "sem novas delações".

O ministro da Economia considerou que "parece paradoxal que estejam preocupados pelas medidas que aplica Argentina neste contexto internacional em que muitos países europeus têm problemas importantes e seguiram as receitas do Fundo".

O organismo multilateral, segundo opinoou o funcionário argentina, se baseou "em dois dogmas de fé: no dogma segundo o qual as consultoras privadas medem bem a inflação e o INDEC não o faz; e no dogma de que os índices provinciais a partir de 2007 divergem dos índices do INDEC, ambas falsidades".

Lorenzino anunciou no entando que o governo "está trabalhando fortemente no processo do IPC (índice de preços ao consumidor) com alcance nacional".

"É um dos trabalhos que estamos encarregados e sobre o qual o FMI está absolutamente lado a lado e que, em definitivo, vai atender a substituição do OPC GBA que somente tem alcance na cidade de Buenos Aires e alguns partidos do conurbano e que estamos pensando em pôr em marcha este ano", informou. 

Na respostas oficial do governo à sanção, o Ministério da Economia afirmou que "um posicionamento de tal natureza com respeito à Argentina constitui não só um novo erro do FMI, mas também um claro exemplo de tratamento desigual e de duplo padrão deste organismo em sua relação com certos países membros".

"Este é o mesmo Fundo que se mostra complacente com declarações inexatas de dados e com falidas políticas que consuziram à crise global. Um FMI que incluso sendo consciente que suas receitas não funcionam não se arrepende de suas prescrições", sustentou em um comunicado.

Pediu, além disso, a concretização de "uma reunião extraordinária da Junta de Governadores do FMI que examine a política do organismo ao nosso país e sua atuação na origem da crise econômica e financeira mundial".

A medida do Fundo, ainda que mais que nada constitui um forte puxão de orelha posto que suas consequências últimas, incluída a suspensão do país do FMI, são ainda mais distantes, tem a gravidade de ser uma decisão inédita.

Uma "censura" é o primeiro passo que - com novos prazos, isto se - abre o processo de sanções pelas quais o país sob a lipa, de seguir não cumprindo as recomendações do FMI, pode acabar sendo declarado "não elegível" para usar os recursos gerais do Fundo.

Ainda mais, a rede de sanções que poderia provocar esta declaração prevê ainda que o diretor gerente, Lagarde neste caso, decida "recomendar" que o organismo "suspenda o direito ao voto e outros direitos relacionados" do país sancionado, segundo as normas internas do FMI.

Contudo, o organismo voltou a declarar sua disposição ao "diálogo" com as autoridades argentinas para "melhoras a qualidade" de seus dados estatísticos e para, em termos mais amplos, "reforçar a relação entre Argentina e o FMI".

Via ANN

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