segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Argentina é acusada de desenvolver mísseis com Irã e Venezuela

 O governo argentino se mostrou preocupado de que esteja sendo introduzido arsenal nuclear na área das Ilhas, o que violaria um tratado internacional. Por sua parte, o diário britânico assegurou que a Argentina desenvolve "tecnologia de mísseis" que poderia "ameaçar" o arquipélago ao mesmo tempo que se aproxima do Irã.

CIDADE DE BUENOS AIRES (Urgente24). As notícias relacionadas com o conflito bilateral entre a Argentina e o Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas vão ocupando a agenda de notícias. Tal como informou Urgente24, o governo dos EUA ratificou nesta Segunda ante o chanceler britânico sua posição "neutra" frente à disputa. Ao mesmo tempo a Argentina introduziu o debate sobre a possível presença de armamento nuclear na região quando denunciou que o governo britânico estaria transportando em submarinos. Os tratados estabelecem que as Ilhas e sua área de influência deveriam estar livres de presença nuclear.

A denúncia correu por conta do secretário das Relações Exteriores da República Argentina ante a Conferência de Desarmamento da ONU, Eduardo Zuain. "Nos encontramos em uma etapa precária de implementação do tratado de Tlatelolco, que proibe completamente o armamento nuclear na América Latina e no Caribe. Esta precária implementação é desafiada pelo Reino Unido", disse.

"A República Argentina está especialmente preocupada pela possibilidade, confirmada pela primeira vez pelo Governo britânico em 2003, de que este estado estivera introduzindo armamento nuclear no Atlântico Sul." salientou Zuain, que acrescentou que o governo argentino lamenta profundamente que o Reino Unido tenha ignorado as denúncias formuladas sobre esta situação.

Segundo a agência EFE, Argentina responsabilizou o Reino Unido de uma injustificada e desproporcional presença militar no Atlântico Sul, "que inclui transporte de submarinos com capacidade de portar armamentos nucleares na região desnuclearizada".

Mas o tema armas em relação às Malvinas também foi escolhido na Inglaterra. Neste caso a denúncia correu por conta do trabloide The Sundey Times que assegurou que a Argentina está construindo um míssil que "poderia ameaçar" as "Falklands".

De acordo com o artigo firmado por Mark Hookham e David Leppard, o governo argentino está "desenvolvendo tecnologia de mísseis que poderia ameaçar as Falklands ao mesmo tempo que suas relações com Irã - que tem significantes capacidades em mísseis - parecem ser fortes".

O artigo, ainda que não menciona, faz referência ao memorando de entendimento firmado entre ambos países para a investigação da explosão da AMIA e que significaria um ponto de aproximação nas relações.

O tabloide publicou neste Domingo (24/02) que "foi conhecido que cientistas militares na Argentina estão construindo um foguete capaz de ser disparado a uma altitude de em torno 250 milhas" e agrega que "os especialistas creem que tal tecnologia poderia desenvolver um míssil com classificação de altura de 372 milhas".

Isso "colocaria facilmente na classificação das Ilhas, que estão ao redor de 300 milhas da Argentina e poderia transformar o balanço de poder no Atlântico Sul".

A informação do The Sunday Times - qualificada como "duvidosa" pelo portal Mercopress.com, que a reproduz - aparece uma semana depois de que o diário La Nación salientara a relação entre o país islâmico e a Argentina em um projeto de desenvolvimento de um míssil, com Venezuela como ponto em comum.

De acordo com o diário, em 2009 o governo de Cristina Fernández tentou desencalhar o projeto 'Condor II', fechado pela administração de Carlos Menem, e para isso a estatal Fabricaciones Militares interessou em 2012 à Companhia Anónima Venezolana de Industrias Militares (CAVIM), sancionada uma semana antes da publicação do artigo pelo Departamento de Estado norteamericano a raiz da suspeita de operações vinculadas com tecnologia de mísseis com Teerã.

Por sua vez, o Ministério de Planejamento que conduz Julio de Vido, desmentiu tal informação e decolou o acordo com Irã por AMIA do suposto projeto de mísseis.

"É completamente ridículo e perverso pensar que em realidade nosso país firmou um acordo com Irã para avançar no esclarecimento do brutal atentado à AMIA porque haveria oculto um projeto de mísseis através da Venezuela", sustentou o ministro em um comunicado que antes afirmou que "não existe nenhum acordo para fabricar mísseis com Venezuela e muito menos com Irã".

Não obstante, The Sunday Times salienta em seu artigo que o exministro de Segurança britânico Lord West criou que a única "razão lógica" para o desenvolvimento do suposto míssil "era ameaçar as Ilhas". O exfuncionário foi instado pelos serviços de inteligência a manter "um olho muito em cima" do presente programa, disse o diário britânico.

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